quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Neste carnaval meu corpo sangrou palavras como furar a orelha para colocar o brinco.

Mandei o meu corpo para oficina fazer a revisão. Distraído ouvi da boca da mulher-que-orientava-o-curso-das-coisas a seguinte história:

Na Nicarágua de antes, um pequeno índio entrava todos os dias na grande Igreja. Lá imitava os tantos com o rosário em mãos e passava as contas numa única mão até a Virgem sorrir para ele, depois ia embora, como os santos.

Num dia qualquer, o padre de batinas longas, estranhando o comportamento colorido daquela alegria mirim, perguntou reticente:

- Você sempre vem aqui... vejo que sabe rezar, então reza o Pai Nosso e a Ave Maria?

- Ah?

- O Pai Nosso e a Ave Maria?

- Ah?

- Vejo você usando o rosário como todos, de maneira correta...

- Eu só olho bem nos olhos da Virgem e digo: um pra mim e um pra você e ela ri pra mim.

E com voz catequética o Pai ensinou a reza ao filho e a Virgem nunca mais riu.

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