1 ano
Que o poema rompa diante de ti entre vistas que se veem como o ar para o balão.
2 anos
A indiferença causa a maior das dores.
3 anos
Saudade que aperta e dilata o existir.
4 anos
Uma noite. Mais um deus tentou encostar a cabeça no silêncio. Que a gente tenha força de estar presente na espera de agora.
5 anos
Sentindo seu cheiro abrindo costelas. Repente de susto. Ar quente no céu da boca.
6 anos
O dia nasceu com uma pergunta: o que pode ser tão partilhado numa vida a dois como foi andar de balão? O dia caminha pelo parque com contundência e entrega. Também quero escorrer assim. Me acompanha?
7 anos
O homem entrou na sala e viu uma bacia-de-pés-de-terra. Do outro lado re-parou no buraco enquanto beijava a boca da mulher. O homem percebeu o desejo crescendo. A mulher fechou os olhos e o homem virou de lado. Enquanto espera a abertura dos olhos o homem olha para a escada e se pergunta: ela está subindo ou descendo?
8 anos
Um dia amanheço ostra, no outro desperto leão. Tenciono a língua no mundo, afrouxo os lábios ao navegar. Viajante-mulher, peguemos o remo, o mar está bravio, mas nossas pernas sabem boiar.
9 anos
Dia que começa dentro é dia inteiro por fora.
10 anos
Saudade feita de alma e osso.
11 anos
Daqui, do vento que sopra, a direção do hoje. Sinto gosto de assoalho encerado nas partilhas. O sopro responde na direção do abraço.
12 anos
O peito às vezes tem que se dilatar para caber a saudade.
13 anos
O coração do contador de histórias sai pela boca.
14 anos
O cheiro de ontem ocupa cada canto da casa. A casa ocupa cada canto de mim. Canto.
15 anos
Estava apertado. Escrevi. Agora tudo tem cabimento.
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