I
Prestar atenção na inflação de preposições
sem interesse algum.
II
As palavras dependem das bocas que as pronunciam.
III
A morte faz o corpo sofrer uma contradição:
o outro está e não está aqui.
IV
Quando rio entre lágrimas, o coração pode navegar
naquele mar.
V
Há sempre nas gentes um que continua a navegar
e um outro que está à deriva.
VI
Gostar mesmo de alguma coisa é tocá-la,
do contrário uma ideia te tocou.
VII
Só é possível comer uma carne assada com quem amamos
se o animal e o dinheiro forem anônimos.
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Que lindo isso! As palavras dependem realmente das bocas que as pronunciam... Tanto é que algumas palavras, dependendo das bocas que saem, nos parecem falsas ou irreais.
ResponderExcluirMuito muito bonito!
ResponderExcluirnem sei qual me morde mais! mas destaco sem pensar: Só é possível comer uma carne assada com quem amamos
se o animal e o dinheiro forem anônimos
segue assim: palavreador!