segunda-feira, 7 de maio de 2012

A vizinha era velha, latia com o cachorro, viuvava-se diariamente do marido de vida-toda doente.
Hoje, a velha, gritava para quem quisesse ouvir:
- Tudo depende de você, da sua consciência.
O escritor ficou no canto da sala, escondido de sua consciência, a pensar:
- Que voz é esta que nos atrapalha tanto, insistindo em dizer que depende de um "eu" se vai chover ou se morreremos amanhã.
Deitou-se na máquina de escrever e rezou-em-letras a sua fé:
- Uma voz vinda de outro lugar: é A falta de nossos tempos.

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