segunda-feira, 11 de junho de 2012

Na manhã de 11 de março (lugar que nunca se explicou) o carpinteiro jogou coentro na bacia e foi-se. Quando todos levantaram-se de suas mansardas e não-mansardas, molharam os pés no chão, descalço de tempo.
Hoje, oito anos depois do acontecido, João telefonou em minha casa e falou sobre os poetas, os filósofos e os médicos.
Disse-me:
- Pegamos o caminho de Parmênides de Eleia. Você imagina o que poderia ter acontecido se tivéssemos botado trabalho nas bacias-de-verdes-ramos?
Parmênides ensinou duas vias: a da Verdade e a das Opiniões dos Mortais.
Zenão continuou o pensamento de Parmênides e hoje o carpiteiro tem vergonha de dizer suas bacias.
A noite, quando todos os bancos terminam o expediente e os seus cofres são trancados pela fome, João abre a porta de casa, chama um ou dois conhecidos e juntos, com as mãos em oração, cosem o princípio.

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